Estética da Dança Clássica, de Frederico Lourenço
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Porquê? Talvez em larga medida porque, entre nós, a dança clássica tem conhecido um destino a que não faltaram dificuldades. Não tendo sido no bailado clássico que o prestigiado Ballet Gulbenkian centrou as suas atenções, coube ao meritório projeto da Companhia Nacional de Bailado (a cuja estreia lisboeta assisti no Teatro Nacional de São Carlos, a 17 de dezembro de 1977) travar uma batalha solitária, na qual devemos salientar e enaltecer o extraordinário papel de Armando Jorge. Honra lhe seja feita: entre 1977 e 1992, enquanto diretor da Companhia Nacional de Bailado (CNB), Armando Jorge demonstrou ter uma visão clara, de rasgo internacional, daquilo que é o bailado clássico em toda a sua complexidade estética. Percebeu que a dança clássica, para não cair na vulgaridade ou (pior ainda) no piroso, está dependente da observação minuciosa de incontáveis preceitos de bom gosto, de mil subtilezas de que o público nem se apercebe, mas que são o próprio sopro de vida da dança clássica.»
Estética da Dança Clássica, de Frederico Lourenço
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