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«Conhecer por dentro o original alemão permitiu-me a ousadia de tentar reproduzir, em português, os próprios efeitos poéticos de Schiller. Muitos dos versos portugueses têm ritmos e sons absolutamente idênticos aos que se encontram “por trás”, no texto alemão; isso explica a estranheza passageira que algumas frases poderão provocar no ouvinte português. Visto que o texto original prescinde da rima, fui também fiel a essa opção, apostando antes, quanto a ritmos musicais, nas a
literações, nos ecos internos e na utilização
expressiva do próprio desenho fonético-morfológico das palavras, processos característicos da poesia alemã. Em suma, se é verdade que, em muitos passos, desisti de procurar reproduzir a letra do Don Carlos de Schiller, não é menos verdade que procurei sempre reproduzir a sua estética.»
Frederico Lourenço, enquanto tradutor da obra, no Posfácio de Don Carlos, de Friedrich Schiller
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