Mortes imaginárias, de Michel Schneider
“A literatura é a câmara de ninguém. Palavras nocturnas, ecos de
silêncio, sílabas fatídicas, últimas palavras, coração derradeiro: este livro
colhê-las-á, reuni-las-á, será o registo das mortes imaginárias de escritores
reais. Abro a cortina no momento em que La commedia è finita, o que não é
necessariamente um mal, se acreditarmos em vários destes moribundos,
boquiabertos e fascinados perante a maravilha de um novo traje por estrear, de
um novo vestido para experimentar: de uma nova vida que luz e trepida”.
Através de trinta e seis retratos captados nos derradeiros momentos de
alguns escritores, Michel Schneider fala-nos, com emoção e erudição, da mais
comum das experiências, a morte. Uma história da literatura, em que os
derradeiros momentos de Pascal, Kant, Flaubert, Rilke, Zweig, Buzzati e de
tantos outros são como um revelador último... da vida.
Nascido em 1944, Michel Schneider, escritor e crítico literário,
escreveu sobre literatura, música e psicanálise. Em 2003, recebeu o prémio
Médicis de ensaio, atribuído a Mortes
imaginárias.
Com tradução de Bénédicte Houart, poeta publicada na Cotovia (Reconhecimento; Vida: Variações; Aluimentos…),
este é um dos títulos da colecção Outono-Inverno.
«Nada é mais vivo do que os escritores quando falam da morte
e escrevem contra o medo de morrer. Nada é mais morto do que tudo aquilo que
nega a morte. Não obstante hoje em dia editores e leitores fogem de títulos que
contenham a palavra morte. Os escritores franceses Georges Bataille ou
Louis-Ferdinand Céline agora seriam convidados a encontrar algo "que venda
melhor". Hoje a morte acontece calada, como se pudéssemos fazê-la desaparecer das
nossas vidas apagando-a da nossa língua.»
(Michel Schneider numa entrevista com Julián Fuks)
(ISBN: 978-972-795-307-3; preço: 28€. 10% de desconto na livraria. Morada: Rua Nova da Trindade nº24)
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