Sonótono
“É tarde que te canto ou cedo foste
Tão surda
quanto eu mudo e não tão mudo
Que tu tão
cedo ida e tu tão toste
No teu
capricho em mim mudasses tudo?
Mudou-se o
amor em nada, nada que era.
Um fogo
calcinou a sede, é triste.
Arguir: p’ra
quê? Dizer: o quê? se insiste
A dor que nada
aclara e tudo erra…
Partiste, ó
elo fraco desta algema,
Ou se da vide
a imagem mais te adivinha
Nem és abraço
ou elo, és gavinha,
Zurrapa que
hás-de ser p’ra outro Baco.
Pois parte lá, o verme outro buraco
Na morte apenas vê, nenhum dilema.”
Sonótono,
de Daniel Jonas
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